sábado, 30 de dezembro de 2006

Pode Acontecer


Na penumbra do sonho mal começado, diviso a luz dos teus olhos suavemente imersos nos meus, procurando decifrar o enigma de mim... enquanto lá fora a lua se contempla na prata das ondas, os meus lábios acariciam-te sob a poeira de estrelas que nos reveste... e ambos mergulhamos no abismo do tempo até alcançar o infinito perdido na miragem do nosso desejo...

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Mais um Natal... um Natal a menos...


Mais ou menos um Natal... que importa?

Apenas um pretexto para se comprarem umas coisas pouco necessárias... se comer e beber um pouco mais... se ligar aos velhos amigos e familiares "de fora da Net"... se julgar que a felicidade é algo que ainda pode fazer sentido no inelutável vórtice quotidiano que mais e mais não faz do que nos conduzir ao nada de onde viemos...

Apenas um pretexto mais, para continuar tudo à espera de outro Natal... e mais outro... e mais outro... até se perder por completo a esperança e a vida.

Pó de estrelas... dizem que somos... infelizmente, apenas pó! Porque não somos antes luz de estrelas???

Por favor... quando é o dia do Não-Natal? Avisem-me, para eu nascer... quero ser apenas mais uma supernova!

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Feliz Natal a Todos!

Meus Amigos

Por absoluta falta de maior disponibilidade, visto que a minha profissão - embora não seja caixeiro-viajante! - me obriga a constantes deslocações pelo País e por vezes Espanha, e sendo um apaixonado incurável, desde os meus tenros teens pelos Beatles, venho, com o auxílio do meu querido John Lennon, desejar-vos um Óptimo Natal que vos traga como prenda o que mais encarecidamente desejar o vosso coração.
Fiquem, pois, magnificamente acompanhados pelo saudoso John.

Um grande abraço para todos.


domingo, 10 de dezembro de 2006

Con que la Lavaré

Trago-vos hoje uma canção da minha particular preferência, a qual tentarei contextualizar um pouco no espaço e no tempo da sua composição. Trata-se de um vilancico de Luys de Narbaez (1538), compilado mais tarde no Cancioneiro de Uppsala (1556).

O Qanun - um instrumento da família das Cítaras ou Saltérios.



"Con que la Lavaré"
Luys de Narbaez
* Grupo MUDÉJAR *

Con que la lavaré
la tez de la mi cara
con que la lavaré
que vivo mal penada.

Lavanse las casadas
con agua de limones
lavome yo cuitada
com penas y dolores.

Lavanse las galanas
com agua de limones
lavome yo cuitada
com ansias y pasiones.

Mi gran blancura y tez
la tengo ya gastada
com que la lavaré
que vivo mal penada.



MUDÉJAR - um grupo a ter em consideração na divulgação desta música apaixonante de cambiantes ora evocativos da religiosidade cristã do medievo, ora da sensualidade e do mistério das danças e melodias que encantavam os palácios dos sultões árabes.

O adjectivo mudéjar, que procede do árabe mudayyan - aquele a quem é permitido ficar - é usado para designar a fusão de dois estilos: o cristão e o muçulmano, que se deu em Espanha durante o avanço da Reconquista.

Este vocábulo entrou para o Castelhano uns vinte anos antes da conquista de Granada aos Mouros. "Mudéjar" era um maometano que se tornava vassalo dos cristãos, mas sem abandonar o culto de Alá.

Este novo estilo híbrido revelou-se na Arte, principalmente na Arquitectura e também na Música, embora o adjectivo "mudéjar" não tenha sido usado senão recentemente para classificar as composições musicais no Al-Andaluz a partir do século XI.

Tecto de madeira (arte mudéjar) - Toledo

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Caros Amigos

"Inauguro" hoje, finalmente, um espaço onde espero poder semear alguns dos meus pensamentos e ideias nomeadamente sobre a Arte, a Música, a Memória e a Vida, assim como outros temas que ao correr das teclas se me afigurem.
Um espaço que espero venha a ser tanto meu como vosso.

Infelizmente, o tempo, sempre escasso nesta era da super-aceleração quotidiana, é o inimigo nº 1 de quem pretende, através da interiorização, chegar ao acto de criação. Ainda que esse acto seja uma simples postagem num entre milhões de blogs.

Como melómano inveterado que me considero, uma vertente importante deste espaço, será, sem dúvida, a Arte dos Sons, nas variadas facetas do seu ecletismo universal.

Mas, neste primeiro contacto, não se ouve ainda qualquer som; propositadamente foi esta página deixada, não em branco, mas em silêncio... a fim de permitir uma tomada de fôlego, pois como se sabe, na Música e na Vida a respiração ou a pausa é fundamental, para que depois seja atingido o clímax quer numa ou noutra.

Por hoje despeço-me, com votos de bom fim de semana.