domingo, 10 de dezembro de 2006

Con que la Lavaré

Trago-vos hoje uma canção da minha particular preferência, a qual tentarei contextualizar um pouco no espaço e no tempo da sua composição. Trata-se de um vilancico de Luys de Narbaez (1538), compilado mais tarde no Cancioneiro de Uppsala (1556).

O Qanun - um instrumento da família das Cítaras ou Saltérios.



"Con que la Lavaré"
Luys de Narbaez
* Grupo MUDÉJAR *

Con que la lavaré
la tez de la mi cara
con que la lavaré
que vivo mal penada.

Lavanse las casadas
con agua de limones
lavome yo cuitada
com penas y dolores.

Lavanse las galanas
com agua de limones
lavome yo cuitada
com ansias y pasiones.

Mi gran blancura y tez
la tengo ya gastada
com que la lavaré
que vivo mal penada.



MUDÉJAR - um grupo a ter em consideração na divulgação desta música apaixonante de cambiantes ora evocativos da religiosidade cristã do medievo, ora da sensualidade e do mistério das danças e melodias que encantavam os palácios dos sultões árabes.

O adjectivo mudéjar, que procede do árabe mudayyan - aquele a quem é permitido ficar - é usado para designar a fusão de dois estilos: o cristão e o muçulmano, que se deu em Espanha durante o avanço da Reconquista.

Este vocábulo entrou para o Castelhano uns vinte anos antes da conquista de Granada aos Mouros. "Mudéjar" era um maometano que se tornava vassalo dos cristãos, mas sem abandonar o culto de Alá.

Este novo estilo híbrido revelou-se na Arte, principalmente na Arquitectura e também na Música, embora o adjectivo "mudéjar" não tenha sido usado senão recentemente para classificar as composições musicais no Al-Andaluz a partir do século XI.

Tecto de madeira (arte mudéjar) - Toledo

1 comentário:

Mais Vale Só Que Mal Acompanhado... disse...

Auto-comentário ausente de conteúdo.

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